quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A gente cresce cercado de mentiras, tu não acha?

No nosso primeiro mês de vida ouvimos pessoas que nunca vimos antes dizendo que somos lindos e bochechudos, quando o nosso rosto ainda se parece com o joelho da mãe e está mais amassado que maracujá velho. Tudo bem, um elogio sempre cai bem. Mais tarde alguém te ensina a ajoelhar e a fazer pedidos para alguém chamado de papai do céu, você decora orações e as fala todas as noites, mesmo não sabendo ao certo para Quem você as diz. Você aprende a falar verdades ouvindo sua tia mais velha mentir que seu nariz crescerá toda vez que você enganar alguém. Você acha que sua boca vai entortar se comer na frente do espelho. Você fica feliz quando um dente cai e espera ansioso pra ganhar o prêmio da fadinha. Você acha que existe lobisomem em lua cheia, que se escrever na terra a mãe morre, que gato preto da azar. Você acha que seus amigos mais legais são os mais bonitos, que é engraçado xingar alguém de girafa ou de baleia, porque só 'macaco' ofende. A gente cresce esperando um mundo perfeito, a gente sempre espera tanto dos outros, a gente acredita no amor, nos sonhos, em nós. A gente acha que tudo vai durar pra sempre, que sempre teremos tudo e que se dobrarmos os joelhos e pedirmos com fé para o papai do céu as coisas se realizarão num piscar de olhos. Esquecem de nos contar que quando mentimos causamos danos muito maiores do que um nariz crescido, e que não conseguimos reconhecer um mentiroso pelo tamanho do nariz porque nessa horas, o brilho dos olhos vale mais. Esquecem de te avisar que muitos dos seus sonhos não se realizarão mesmo que você tenha uma vontade absurda de vivencia-lo, que seus planos vão mudar, que quanto mais você crescer, mais pessoas chegarão e partirão da sua vida, e que aquelas que você imaginou que seriam para sempre, se foram cedo demais.


Queridos, ficarei sem postar por algum tempo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

shhh

Senta aqui do meu lado. Me conta mais uma dessas suas histórias de amor. Esse excesso de realidade me cansa. Quero ouvir mais uma vez o seu conto de fadas.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

FÉ-LICIDADE

Fé pra pedir, fé pra agradecer, fé pra seguir em frente. Fé pra comer, fé pra fazer digestão. Fé pra atravessar a rua, fé pra andar de ônibus, fé pra andar a pé. Fé pra assistir TV, fé pra acreditar no que ela diz. Fé pra falar o quanto quiser, fé para aguentar as conseqüências. Fé pra ouvir o que não precisa, fé pra calar quando se tem vontade de xingar. Fé para dormir com a certeza de que vai acordar. Fé para partir, fé para voltar. Fé, fé, fé! Fé em Buda, fé em Ala, fé em Krishna, fé em Deus, fé no Teu Deus.
A famosa fé que move montanhas é a mesma que te faz acordar todos os dias, é a mesma que mora, talvez escondida, dentro de cada um de nós. É para ela que recorremos quando nada consegue nos confortar, quando as coisas perdem o seu controle, quando saem do seu eixo, quando o seu mundo vira de ponta-cabeça e você se sente vazio e infrutuoso, ainda resta fé. Fé, fé, fé! Fé em Buda, fé em Ala, fé em Krishna, fé em Deus, fé em você...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

AI AI

Tem gente que precisa sofrer! Não é por maldade de minha parte, não. Mas algumas pessoas realmente não merecem o que tem. Talvez nem todos as conheçam de perto pra saber o quão ingratas são, mas eu as conheço. São bons alunos, bons amigos, bons filhos, parte isso, não dão valor a nada do que possuem.
Não que eu os deseje mal, só gostaria que tivessem mais contato com a realidade, sabe. Você não precisa ter vontade de morrer só porque é o único que não saiu sábado a noite, sua vida não é a melhor do mundo só porque seu tênis moderníssimo custa mais caro que o salário mínimo que sustenta tanta gente.

A gente só descobre o que é felicidade quando reconhece que as melhores coisas estão presentes nas mais simples. Pode ser num abraço, nas núvens, na estrela, na lua nova e até na lua cheia. Nos temperos do seu prato favorito, no sorriso sincero do seu amigo, num dia ensolarado depois de tantas semanas de chuvas.
Talvez você precise ficar meia hora num ponto de ônibus pra dar valor pro seu carrinho velho, porque depois de tanto tempo em pé, quando você finalmente chegar em casa vai senti-lá mais aconchegante que nunca. Talvez você precise perder alguém que tanto gosta pra ver que as pessoas mais queridas são levadas tão rápido pra tão longe... enquanto você tá aí, preocupado com seu novo boné e reclamando de barriga cheia, bem cheia.


Provavelmente não postarei por algumas semanas, desculpa.
Leia os textos velhos! E por favor, dê sua opinião sobre eles.